quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Enchentes e secas no Brasil

Texto para suporte da equipe

Extraído de: Terra Noticias - 11 de Janeiro de 2009
Michel Alecrim

Durante a primavera e o início do verão, regiões próximas viveram situações opostas. De um lado, tempestades arrasadoras, de outro, estiagem prolongada. Enquanto o interior dos Estados do Sul e de São Paulo sofreram com a seca, em Santa Catarina, Minas Gerais, Norte do Rio e Espírito Santo houve o flagelo dos dilúvios. Cientistas associam a loucura do clima ao aquecimento global e as autoridades acreditam que é preciso se preparar para as condições extremas que poderão ocorrer daqui para a frente. Ontem, um temporal alagou 12 bairros em Paraty.

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"Estamos estudando o fenômeno de Santa Catarina e ainda não temos resposta. É possível que seja resultado do aquecimento global. Os alertas são de que haverá aumento na freqüência de eventos extremos, como chuvas fortes, estiagem prolongada, ondas de frio e calor, ciclones e furacões", explica o professor do Departamento de Meteorologia da UFRJ Isimar dos Santos.

As chuvas que castigaram principalmente o Vale do Itajaí e deixaram rastro de mais de 130 mortos no estado do Sul não tiveram como vilão desta vez o temido El Niño, responsável pela tragédia da década de 80, o que intriga os especialistas. Também perplexos estão moradores do Norte e Noroeste do Rio, que afirmam nunca terem visto os rios subirem tanto.

Estado de emergência em Paraty




O temporal que atingiu Paraty na madrugada de sábado provocou uma tromba d¿água que fez o Rio Perequê-Açú, que corta a cidade, subir cerca de 1,5 metro e alagar 12 bairros em sua margem, alguns próximos ao centro histórico. Casas, carros e calçadas foram destruídas. Pelo menos mil pessoas estão desalojadas e 50 desabrigadas. Metade do município está sem água potável devido ao rompimento de uma adutora do principal reservatório da cidade, o de Pedra Branca. Foi decretada situação de emergência e não está descartada a possibilidade de decretação de estado de calamidade pública.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Paraty, Antônio Tavares, carros-pipa estão sendo usados para levar água potável de Angra dos Reis aos bairros sem água. "O problema pode se agravar porque o nível do reservatório de Caboclo está diminuindo", disse Tavares.

Rastro de mortos e desabrigados


As chuvas em Santa Catarina causaram prejuízos incalculáveis para o estado e deixaram quase 140 mortos. Quando os rios atingiram o nível mais alto, mais de 70 mil pessoas estavam fora de suas casas. Por causa da tragédia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou a região no fim de novembro. O governo federal liberou R$ 2 bilhões para o atendimento às vítimas e para a reconstrução do estado. As Forças Armadas foram empregadas para ajudar a população.

No último balanço da Defesa Civil, havia 81 municípios em estado de emergência ou calamidade pública e seis pessoas se encontram desaparecidas, o que pode elevar o número de mortos.

Em Minas Gerais, são 57 os municípios em situação de emergência e calamidade pública. Segundo a Defesa Civil, 23 pessoas morreram por conta das chuvas dos últimos meses. As tempestades agravam os alagamentos no Estado do Rio por conta dos rios que nascem no estado vizinho. Atualmente, há mais de 30 mil pessoas fora de casa na região.

Catástrofe traz danos à agricultura


O meteorologista Marcelo Martins, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), é outro que se debruça sobre os dados do tempo para tentar obter uma explicação para o fenômeno que arrasou boa parte do Estado. Mas, para ele, também é alarmante a seca que vem causando prejuízos à agricultura de uma área mais vasta.

"A chuva chama a atenção porque mata rapidamente, mas a seca também traz efeitos ruins para a população. Falta comida e os preços sobem. Não tem como dizer de bate-pronto, mas pode haver relação com o aquecimento global", afirma o pesquisador.

Ele vem analisando dados também de países vizinhos, como Argentina, Paraguai e Uruguai, onde a seca também é avassaladora e a falta de chuvas na América do Sul eleva o preço de alimentos que vão para a mesa do brasileiro. Como a meteorologia é uma ciência global, as fortes nevascas que atingem países da Europa e os Estados Unidos são fenômenos anormais em estudo.

Um comentário:

  1. Achei interesante o texto a equipe ou até mesmo os alunos...
    Poderam usar muito este texto♥
    Bjossssss pra turma.
    Estarei acompanhando o blog de vcs.

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